Ditadura da Nicarágua expulsa embaixador brasileiro do país

Em resposta, presidente Lula decidiu nesta quinta-feira (8) expulsar a representante nicaraguense de Brasília

R7

O ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, expulsou o embaixador brasileiro no país, Breno de Souza Brasil Dias da Costa. Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu expulsar a embaixadora da Nicarágua em Brasília, Fulvia Patricia Castro Matus. A informação foi confirmada com fontes no Itamaraty . As decisões ocorrem em meio ao esfriamento das relações entre os dois países.

O presidente conversou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, antes da reunião ministerial desta quinta (8) e debateu as eventuais saídas políticas e diplomáticas para o caso. Por fim, definiu expulsar a embaixadora da Nicarágua como resposta ao ato de Ortega. A nicaraguense Fulvia Patricia Castro Matus recebeu agrément do Brasil em maio deste ano. Agrément é o consentimento dado por um país para que um diplomata seja nomeado no território estrangeiro.

Ortega chegou ao poder pela primeira vez em 1979, quando o presidente Anastasio Somoza Debayle, que liderou o país em duas oportunidades (1967-1972 e 1974-1979), foi retirado do cargo durante a Revolução Sandinista. Antes disso, era um conhecido guerrilheiro, preso repetidas vezes por crimes que incluem um assalto à mão armada a uma filial de um banco norte-americano em solo nicaraguense.

O ditador foi solto em 1974, junto com outros prisioneiros, em troca da liberdade de rivais políticos que haviam sido sequestrados por sandinistas. Apenas em 1984, cinco anos após os sandinistas tomarem o poder e organizem uma junta governativa apenas com aliados do próprio grupo político, Ortega foi eleito presidente do país. Também na década de 1980, a Revolução Sandinista tornou o governo uma frente ampla e aberta a outras vertentes da Nicarágua.

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