De acordo com o IBGE, é a menor alta do índice em três anos, desde 2020 (4,52%). Variação em dezembro foi de 0,56%, a menor desde 2018
Apesar da perda de força em 2023, a taxa de 4,62% ficou acima da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam variação de 4,55% para o acumulado do ano passado, que marcou o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No recorte mensal, o IPCA acelerou de 0,28% em novembro para 0,56% em dezembro, segundo o IBGE. A nova taxa veio acima das projeções do mercado.
Analistas esperavam variação de 0,50% no último mês de 2023, conforme a Bloomberg. Ainda assim, a marca de 0,56% é menor para dezembro desde 2018 (0,15%).
Alimentos aliviam resultado do ano
Ao longo do ano passado, o IPCA perdeu força com a trégua dos alimentos. O alívio veio após a disparada da inflação desses produtos em meio aos reflexos da pandemia, da Guerra da Ucrânia e de choques climáticos.
Em 2023, o aumento da oferta de mercadorias a partir da ampliação da safra agrícola ajudou a frear os preços da comida. Também houve maior disponibilidade de alimentos como carne e leite no país.
“A safra do ano passado foi muito boa. Melhorou a inflação e melhorou o PIB também”, afirma o economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
O grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano passado, diz o IBGE. Isso representa uma desaceleração ante 2022, quando a alta havia sido de 11,64%.
O resultado menor se deve à queda dos preços da alimentação no domicílio (-0,52%). Foi a primeira redução do subgrupo desde 2017 (-4,85%). O IBGE destacou as baixas do óleo de soja (-28%), do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%) no ano passado.