Em comunicado, Itamaraty presta solidariedade e pesar pela morte de Ebrahim Raisi, que perdeu a vida em acidente de helicópter
O governo federal se manifestou nesta segunda-feira (20) sobre as mortes do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, e do chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian, após um acidente de helicóptero no domingo (19).
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que recebeu a notícia “com profunda consternação”.
“O governo brasileiro estende aos familiares do Presidente Raisi, do Chanceler Abdollahian e das demais vítimas, e ao governo e povo iranianos os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pelas irreparáveis perdas”, informou o Itamaraty.
A morte de Raisi foi confirmada nesta segunda-feira. O chefe de Estado tinha 63 anos e era presidente do Irã desde 2021. Raisi estava em uma aeronave que caiu na região de Varzaqan, no noroeste do país. O presidente e uma comitiva com o alto escalão do governo iraniano voltavam da cerimônia de inauguração de uma barragem na fronteira do Irã com o Azerbaijão.
O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, disse à televisão estatal iraniana que sobrevoar a região é “impossível” devido às condições meteorológicas. No entanto, cerca de 73 equipes de resgate, drones e montanhistas haviam sido enviados ao local para realizar as buscas por terra, e os destroços da aeronave foram encontrados.
Ao todo, o comboio do presidente incluía três helicópteros. Dois deles teriam pousado em segurança. Entre os membros da comitiva, estava o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, o governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental Malek Rahmati e o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem.
Biografia
Ebrahim Raisi assumiu a presidência do Irã em 2021, quando venceu as eleições no país com 60% dos votos. Antes disso, ele teve uma longa carreira jurídica, onde ocupou cargos como chefe do Poder Judiciário do Irã, além de ter atuado como procurador-geral de Teerã.
Raisi ficou conhecido por posições conservadoras. Ele também é um membro do clero xiita, tendo estudado em seminários religiosos importantes no Irã. Ele era visto como um potencial sucessor do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
O sistema político do Irã é dividido entre a ala política e a religiosa. No entanto, é o aiatolá quem tem a palavra final sobre as decisões do país.
A eleição de Raisi como presidente foi marcada por controvérsias, tanto internas quanto internacionais, devido ao histórico dele de envolvimento em julgamentos e execuções em massa de prisioneiros políticos em 1988, um tema polêmico dentro e fora do Irã.
A relação do país com Israel também ficou mais tensionada durante o governo de Ebrahim Raisi. Nesse período, o Irã intensificou o enriquecimento de urânio, dificultou as inspeções internacionais e apoiou a Rússia na invasão da Ucrânia. Além disso, o país lançou ataques com mísseis e drones contra Israel durante o conflito em Gaza.